A parábola das dez virgens e a necessidade de vigilância
"As
loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo”. Mt 25.3
VERDADE APLICADA
Sem
a vigilância e a santificação os cristãos se tornam vulneráveis e despreparados
para se encontrar com Cristo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Explicar que para a caminhada cristã precisa-se de
mais azeite do que pensam os, pois a jornada é longa e a espera poderá ser
demorada;
► Orientar que a reposição de azeite deve ser
continuada e a prudência exige levar azeite de reserva:
► Conscientizar de que ninguém poderá adquirir azeite
depois que a trombeta soar anunciando a chegada do Noivo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mt 25.2 - E
cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas.
Mt 25.3 - As
loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.
Mt 25.4 - Mas
as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
Mt 25.8 - E
as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas
lâmpadas se apagam.
Mt 25.9 - Mas
as prudentes responderam , dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós;
ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.
Mt 25.10 - E,
tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram
com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
Naquele tempo, o casamento era realizado em duas etapas.
Primeiro, o noivo e seus amigos iriam até à casa da noiva buscá-la. Em seguida,
noiva e noivo voltavam para a casa do noivo onde era realizada a festa de
casamento. O texto aqui sugere que o noivo já havia buscado sua esposa e estava
voltando para sua casa. No entanto, não devemos forçar a imagem da Igreja como
noiva prematuramente, pois a maior parte desse conceito só foi revelada durante
o ministério de Paulo (Ef 5:22ss).
A Igreja sabe, há dois mil anos, que Jesus voltará, mesmo
assim, muitos cristãos continuam letárgicos e sonolentos. Não estão mais
empolgados com a vinda iminente do Senhor. Como resultado, dão pouco
testemunho eficaz de que o Senhor está voltando.
O óleo usado para combustível lembra o óleo especial usado nos
cultos do tabernáculo (Êx 27:20, 21). O óleo costuma simbolizar o Espírito de
Deus, mas, a meu ver, esse óleo em particular também parece simbolizar a
Palavra de Deus. A Igreja deveria estar "preservando a Palavra da
vida" neste mundo cruel e tenebroso (Fp 2:12-16). Cabe a nós manter a
palavra da perseverança (Ap 3:10) e continuar testemunhando sobre a volta de
Jesus Cristo.
Quando o noivo e a noiva apareceram, metade das damas de honra
não pôde acender suas lâmpadas, porque não tinha óleo. "Nossas lâmpadas
estão se apagando!" disseram. Mas as damas de honra que tinham óleo
conseguiram acender suas lâmpadas e mantê-las resplandecentes. Foram elas que
entraram na festa de casamento, não as insensatas que ficaram sem óleo. Essa
imagem parece indicar que nem todos os cristãos professos entrarão no céu, pois
alguns não creram de todo coração no Senhor Jesus Cristo. Sem o Espírito de
Deus e sem a Palavra de Deus, não há salvação verdadeira.
Jesus termina essa parábola com uma advertência que havia dado
anteriormente: "Vigiai" (Mt 24:42; 25:13). Isso não significa ficar
em pé no alto de uma montanha olhando para o céu (At 1:9-11), mas sim estar
desperto e atento (Mt 26:38-41).
Introdução
A
parábola das dez virgens é a continuação de uma série de mensagens escatológicas
sobre a expectativa do retorno de Cristo a esse mundo. Também aponta para a
necessidade de estarem prontos os cristãos para esse dia, pois na hora da vinda
de Cristo, serão revelados quais crentes estarão preparados para o encontro com
o Senhor nos ares. Por isso, todos os cristãos devem constantemente examinar
sua vida de peregrinação, tendo em vista que o dia e a hora do retorno triunfal
de Cristo ninguém sabe, senão o Pai celestial.
1. A vigilância dos
cristãos
A
parábola não é dirigida a quem nunca se preparou, mas àqueles que não se
prepararam o suficiente. Não foram vigilantes nas disciplinas espirituais.
Deixaram acabar o azeite na jornada rumo ao Noivo. A responsabilidade é
individual, não há divisão de azeite, não se empresta e não se vende. O azeite
é intransferível (Mt 25.9). Enquanto o noivo estava indo para a casa da noiva,
a fim de trazê-la para a sua casa; as moças ficavam esperando à porta da casa
do pai dele, onde seria realizada a festa do casamento. Mas o azeite acabou.
Deixaram de vigiar a quantidade de azeite em suas lamparinas e ficaram de fora
da festa.
1.1.
Vigilância e a santidade
A
vigilância é um dos sustentáculos na vida cristã (Mt 25.13; 26.41; lPe5.8).
Pois ela aponta para uma vida de santificação. A santificação é tão fundamental
na vida cristã, que sem ela ninguém jamais verá o Senhor (Hb 12.14). Ser santo
implica em ser distinto, separado, para um relacionamento com Deus. Por isso,
pecamos se procedemos de modo contrário à santidade que devemos manter, quando
utilizamos a mente, o corpo ou as posses de maneira diferente a vontade de
nosso Senhor. No entanto, é preciso aprender que se o crente depender apenas de
seus esforços para santificar-se, fatalmente falhará (Rm 8.2,3; 7.14,22,23).
Deve se lembrar de que a lei do instinto domina, mesmo depois de ficar
convencido do erro. Por isso, é determinante a assistência do Espírito (Ef
5.18).
»Vigiai, pois...». A parábola inteira tem esse ponto como lição
central. O preparo e a vigilância, fazem parte necessária do fato de alguém ser
verdadeiro discípulo. Falta-nos o conhecimento exato acerca do tempo da
«parousia» ou segunda vinda de Cristo, e por isso mesmo se faz necessária uma
preparação contínua. A base de tal prontidão consiste do recebimento das graças
do Espírito, porquanto isso cria em nós uma verdadeira inquirição espiritual,
uma intensa expressão de espiritualidade. Essa mesma prontidão é útil para
enfrentarmos galhardamente a morte, pois de certa maneira é através da morte
que o crente vai ter com Cristo; e essa prontidão também é útil para as nações
e as comunidades religiosas, em sua espera pela chegada do rei. Ora, a nação de
Israel não demonstrou tais qualidades, pelo que não reconheceu o Messias e teve
de ficar do lado de fora do salão do banquete.
ESSA ordem para que vigiemos, isto é, para que nos mantenhamos
despertos, é inserida aqui pelo autor deste evangelho a fim de ligar a parábola
com o vs. 42 do capitulo, anterior, que expressa uma conclusão similar da ideia
da «parousia», que ocorrerá logo em seguida à tribulação. É verdade que todas
as dez virgens sucumbiram ao sono e isso parece mostrar a falta de vigilância
da parte de todas; no entanto, a vigilância de espírito foi a característica
das cinco virgens prudentes; por isso, quando se fez ouvir o grito, elas estavam
de fato «preparadas» para participar do cortejo nupcial. Talvez alguns tenham
dado importância demasiada ao fato de que todas as virgens dormiram, posto que
a parábola apresenta as prudentes como «preparadas».
Também aprendemos, por esta parábola, que a ignorância acerca do
tempo da segunda vinda de Cristo, não é desculpa ou justificação aceitável para
a negligência, mas é razão ainda maior para que haja vigilância. Adam Clarke(in
loc.) diz: «...infelizmente! Quão poucos daqueles que se chamam cristãos
realmente vigiam! A maioria dormita! Quantos estão toscanejando! Quantos estão
presos à letargia! Quantos estão praticamente mortos!»
Essa parábola, naturalmente, fala da «parousia», embora alguns
estudiosos acreditem que, em sua forma original, não tinha essa intenção. Mas,
é perfeitamente claro que o uso da parábola em Mateus faz referência definida à
segunda vinda de Cristo, e que para isso precisamos estar prontos e vigilantes.
1.2.
O azeite representa a presença do Espírito Santo
O
azeite, nessa parábola, representa a presença constante do Espírito Santo na
vida do cristão. Ele garante uma vida de iluminação permanente. Ele representa
o passaporte para a entrada das virgens no casamento. O Espírito Santo é o
agente da santificação, pois há no cristão, duas naturezas: a carnal, que
continua mantendo seus interesses, e a que é promovida pelo Espírito. Mesmo
após a conversão, trava-se uma feroz batalha no coração do crente, entre a
carne e o Espírito (G1 5.17 PARTE 1). Por isso, quando cedemos às tentações,
realizamos as obras da carne, mas, se permanecemos iluminados pelo Espírito,
somos aperfeiçoados no temor do Senhor (2Co 7.1 PARTE 2).
PARTE 1
G1
5.17 Pois
a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à
carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre procurando
algo imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e a pomba,
ansiando por aquilo que é limpo e santo. Não é de se admirar que ocorra tamanho
conflito dentro da vida do cristão! A pessoa não salva não experimenta essa
batalha, pois não tem o Espírito Santo (Rm 8:9).
Convém observar que o cristão não é capaz de vencer a carne
simplesmente pela força de vontade: "porque são opostos entre si; para
que não façais o que, porventura, seja do vosso querer" (Gl 5:17). É
justamente desse problema que Paulo trata em Romanos: "Porque nem mesmo
compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que
detesto. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço" (Rm 7:15, 19). Paulo não nega que há vitória. Simplesmente ressalta
que não se pode alcançá-la com as próprias forças e pela própria vontade.
PARTE 2
2Co
7.1 Ora,
amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza
tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor
de Deus.
Nossa purificação é apenas metade da responsabilidade; também
devemos “(aperfeiçoar) a nossa santidade no temor de Deus" (2 Co 7:1).
Trata-se de um processo constante, à medida que crescemos na graça e no
conhecimento (2 Pe 3:18). É importante ser equilibrados. Os fariseus eram
zelosos quanto à purificação, mas não se dedicavam a aperfeiçoar sua santidade.
Mas é tolice tentarmos aperfeiçoar a santidade, se ainda há pecados manifestos
em nossa vida.
Paulo pediu apreciação e separação e, agora, faz um último apelo
em sua tentativa de recuperar o amor e a devoção dos cristãos de Corinto.
1.3.
Vigilância, mas com muito azeite
Paulo
disse: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito” (Ef 5.18). Para ser cheio do Espírito, é necessário purificação de
todas as coisas que entristece ou apaga o Espírito (Ef 4.30). Quem alimenta o
próprio ego, certamente ficará vazio de Deus. Deus resiste ao soberbo (lPe
5.5). A comunhão com o mundo e a participação do crente nos prazeres efêmeros
impede a atuação do Espírito Santo (2Co 6.14-7.1). E preciso prudência na
maneira de andar (Ef 5.15). O incoerente, pelo prazer de alguns minutos, perde
tudo que vale a pena possuir, mas o sábio procura se sacrificar por valores
eternos.
Precisamos estar preparados não só para o
arrebatamento, mas para a chamada individual ao descanso eterno. A morte chega
quando menos se esperar
(Mt 25.13). Muitos querem viver aqui eternamente
ou escolhem quanto tempo querem viver de acordo com os desejos de seus
corações, mas se esquecem de que Deus é soberano sobre nós, Ele está no comando
das nossas vidas. Observe um detalhe: ninguém ficará aqui para semente.
Portanto, preparemos o suficiente, renunciemos a ganância por bens materiais,
prazeres mundanos e vaidade excessiva (Lc 12.15,20,21; 14.33).
2. As aparências podem enganar
A
vida de aparências é uma vida vazia. Em todos os aspectos, não faz sentido
representar uma pessoa que não existe. As moças da parábola eram parecidas, mas
diferentes em seu caráter. Um grupo delas tinha a prudência a seu favor,
enquanto que as outras eram insensatas. A vida cristã é impactante pela sua autenticidade,
e não pela hipocrisia. Dissimular os verdadeiros sentimentos, camuflar o
caráter só causará escândalos contra o evangelho. E determinará o futuro
condenatório para o hipócrita (Lc 11.44).
2.1.
Todas as moças eram virgens
Virgem
como sinal de pureza, ou seja, a Igreja de Cristo, sem mancha e sem mácula (Ef
5.27). Paulo diz: “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma
virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2Co 11.2). Dentro das igrejas,
todos parecem virgens, mas alguns vivem em namoro com as coisas mundanas,
amando o mundo, o presente século com os seus prazeres, participando da igreja
e do mundo como se fosse normal (l Jo 2.15-17). Que comunhão têm os dois? (2Co
6.14).
Ef
5.27 O
casamento é uma experiência de crescimento constante quando Cristo é o Senhor
do lar. O amor sempre cresce e enriquece, enquanto o egoísmo faz justamente o
contrário.
A Igreja de hoje não é perfeita; tem máculas e rugas. As
máculas são causadas pela contaminação exterior, enquanto as rugas vêm da deterioração
interior. Uma vez que a Igreja é contaminada pelo mundo, precisa ser sempre
purificada, e o agente dessa purificação é a Palavra de Deus. "E a si
mesmo guardar-se incontaminado do mundo" (Tg 1:27). Estritamente falando,
não deve haver rugas na Igreja, pois elas são evidência de envelhecimento e de
deterioração interior. À medida que a Igreja é nutrida pela Palavra, essas
rugas devem desaparecer. Como uma linda noiva, a Igreja deve ser pura e jovem,
o que é possível por meio do Espírito de Deus aplicando a Palavra de Deus. Um
dia, quando Cristo voltar, a igreja será apresentada no céu como uma noiva
imaculada (Jd 24).
2Co
11.2 O
zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único
marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura.
Semelhantemente, um pai (ou mãe) zela pelos filhos procura
protegê-los de qualquer coisa que possa lhes fazer mal.
Vemos
aqui a imagem de um pai amoroso, cuja filha está noiva e prestes a se
casar. Sente que é seu privilégio e dever mantê-la pura, a fim de poder
apresentá-la a seu marido com alegria, não com pesar. Paulo vê a igreja local
como essa noiva, prestes a se casar com Jesus Cristo (ver Ef 5:22ss e Rm 7:4).
Esse casamento só ocorrerá quando Cristo voltar para buscar sua noiva (Ap
19:1-9). Enquanto isso, a igreja - e isso significa os cristãos como indivíduos
- deve manter-se pura e se preparar para o encontro com seu Amado.
l Jo 2.15-17 Não
se Deve Amar o Mundo
As coisas do mundo podem desejar-se e possuir-se para os usos e
propósitos que Deus concebeu, e devemos usá-las por sua graça e para sua
Glória; mas os crentes não devem buscá-las nem valorizá-las para propósitos em
que o pecado abusa delas. O mundo afasta de Deus o coração e quanto mais
prevaleça o amor pelo mundo, mais decai o amor a Deus. As coisas do mundo se
classificam conforme com as três inclinações reinantes da natureza depravada:
1) A concupiscência da carne, do corpo: os maus desejos do
coração, o apetite de dar-se o gosto com todas as coisas que excitam e inflamam
os prazeres sensuais.
2) A concupiscência dos olhos: os olhos deleitam-se com as
riquezas e as possessões ricas; esta é a concupiscência da cobiça.
3) A soberba da vida: o homem vão anseia a grandeza e a pompa de
uma vida de vanglória, o qual compreende uma sede de honras e aplausos. As
coisas do mundo esvaecem rapidamente e morrem; o mesmo desejo desfalecerá e
cessará daqui a pouco, mas o santo afeto não é como a luxúria passageira. O
amor de Deus nunca desfalecerá.
Muitos vãos esforços foram feitos para esquivar a força desta
passagem com limitações, distinções e exceções. Muitos têm tratado de mostrar
quão longe podemos ir estando orientados carnalmente e amando o mundo; mas não
resulta fácil errar a respeito do significado evidente destes versículos. A
menos que esta vitória sobre o mundo comece no coração, o homem não tem raízes
em si mesmo e cairá ou, no melhor dos casos, será um professante estéril. De
todos modos, estas vaidades são tão sedutoras para a corrupção de nossos
corações que, sem vigiar e orar sem cessar, não podemos escapar do mundo nem
conseguir a vitória sobre seu deus e príncipe.
2.2. Todas as moças tinham
lâmpadas
Possuir
dons espirituais, talentos, ministérios não qualifica as pessoas para o
encontro com o Noivo. Tudo isso é para servir à igreja enquanto estivermos aqui
na terra. Não adianta ter a lâmpada que simboliza a Palavra e não ser
praticante e, sim, ouvinte esquecido (Tg 1.22-27). Não podemos ser trapos
embrulhados em papel de presente nem uma bela lâmpada faltando azeite.
Se ouvíssemos um sermão a cada dia da semana e um anjo do céu
for o pregador, não nos conduziria nunca para o céu se nos apoiarmos somente no
ouvir. Os que são somente ouvidores enganam-se a si mesmos; e o engano de si
mesmo será achado, afinal, como o pior engano. Se nos elogiarmos a nós mesmos é
nossa própria falta. A verdade não lisonjeia a ninguém, tal como está em Jesus,
a palavra da verdade deve ser cuidadosamente ouvida, com atenção, e exporá
diante de nós a corrupção de nossa natureza, as desordens de nossos corações e
de nossa vida; nos dirá claramente o que somos. Nossos pecados são as manchas
que a lei deixa ao descoberto; o sangue de Cristo é o lavamento que ensina o
evangelho, mas ouvimos em vão a Palavra de Deus e em vão olhamos para o espelho
do Evangelho se vamos embora e esquecemos nossas manchas em lugar de tirá-las
lavando-as, e esquecemos nosso remédio em vez de recorrer a ele. isso acontece
com os que não escutam a palavra como deveriam. Ao ouvir a palavra, olhamos
dentro dela em procura de conselho e guia, e quando a estudamos, torna-se nossa
vida espiritual. Os que se mantêm na lei e na palavra de Deus são e serão
abençoados em todos seus caminhos. Sua recompensa de graça no além estará
relacionada com sua paz e consolo presentes.
Cada parte da revelação divina tem seu uso, levando o pecador a
Cristo para salvação, e guindo-o e exortando-o a andar em liberdade pelo
Espírito de adoção, conforme aos santos mandamentos de Deus. Note-se a
distinção: o homem não é abençoado por suas obras, senão em sua obra. Não é falar senão andar o
que nos levará ao céu. Cristo se tornará mais precioso para a alma do crente
que, por Sua graça, se tornará mais idônea para a herança dos santos em luz.
Quando os homens se esforçam por parecer mais religiosos do que
realmente são, é um sinal de que sua religião é vã. Não refrear a língua, a
prontidão para falar das faltas do próximo, ou para diminuir sua sabedoria e
piedade, são sinais de religião vã. O homem que tem uma língua caluniadora não
pode ter um coração verdadeiramente humilde e bondoso.
As religiões falsas podem conhecer-se por suas impurezas e falta
de caridade. A religião verdadeira nos ensina a realizar cada coisa como
estando na presença de Deus. uma vida imaculada deve ir unida ao amor e a caridade
não fingidas. Nossa religião verdadeira é igual a medida em que estas coisas
ganhem lugar em nosso coração e conduta. Lembremo-nos que nada presta em Cristo
Jesus salvo a fé que opera pelo amor, que purifica o coração, que submete as
luxúrias carnais e que obedece aos mandamentos de Deus.
2.3.
Todas as moças estavam esperando o noivo
A
grande diferença entre elas era internamente, azeite dentro da vasilha. Não
basta esperar o noivo sem se preparar, escondendo a real situação diante de
Deus e não se preocupando com a própria vida interior. Muitos esperam o Noivo,
mas as coisas temporais, efêmeras e passageiras ainda os fascinam. Carregar a
Bíblia, ir à igreja, entregar os dízimos, cumprimentar com saudação cristã,
estar em cima do púlpito e até pastorear igreja não garante sucesso na chegada
do Noivo (Mt 7.21-23). O importante é conservar a vida no altar e ter
intimidade e comunhão com o Senhor.
Esconder a verdadeira identidade
confunde muita gente, mas não a Deus. As aparências enganam, pode ter tudo parecido,
mas se não tiver o azeite não adianta. O azeite simboliza o Espírito Santo; não
o deixe faltar na sua vida (Ef 4.30). A salvação é individual.
Portanto, não confie no azeite
dos outros, pois pais não levarão filhos; filhos não levarão pais; ovelhas não
levarão pastores; pastores não levarão ovelhas; nem ninguém levará os amigos
(Jo 14.6; At 4.12; Rm 14.12).
3. A vida pessoal e o trabalho executado
A
preocupação não está no trabalho desenvolvido, pois muitos servem
incansavelmente, fazem muitas obras, dedicam-se de corpo e alma, mas a vida
pessoal não condiz com aquilo que fazem. O trabalho eclesiástico não substitui
a preparação da vida de integridade diante de Deus.
3.1. Esta parábola diz de
arrebatamento e não de galardão
As
obras só servem para quem já estiver salvo, só quem for salvo chegará ao
Tribunal de Cristo para receber a recompensa (2Co 5.10 Pois
todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas
quer sejam más.). A chamada é para o arrebatamento, para receber o
passaporte para a festa de casamento. A passagem para as bodas precisa estar
carimbada com o azeite da preparação. O convite está formulado só não sabemos o
dia nem a hora (Mt 24.36).
Aqui a ênfase é sobre o fato de que o povo não sabia o dia em
que viria o julgamento. Noé e sua família na arca ilustram o milagre de Deus em
preservar Israel durante esse tempo terrível de tribulação (Enoque representa o
arrebatamento antes da tribulação - Gn 5:21-24; Hb 11:5; 1 Ts 1:10; 5:1-10).
O que impediu as pessoas de ouvir a mensagem de Noé e obedecer?
Os interesses comuns da vida: comer, beber, casar e dar-se em casamento. Ao
viver em função das coisas boas da vida, perderam o melhor. É perigoso tornar-se tão absortos com
as coisas da vida a ponto de esquecer que Jesus está voltando.
3.2. Esta parábola diz
quando a punição será feita
A
revelação de quem é quem só será feita quando se ouvir: “Aí vem o esposo” (Mt
25.6). O grande problema é que, após a chamada, não haverá tempo para se
preparar. Mas Ele respondeu em verdade vos digo que não vos conheço (Mt 25.12).
Servir a Deus tanto tempo e ter a porta fechada em sua frente será grande
surpresa e decepção. Muitos dirão naquele dia: “Fiz isto no teu Nome. Senhor”,
e receberão a resposta: “Nunca vos conheci" (Mt 7.21-23). Mas o que
perseverar fiel até o fim será salvo (Mt 10.22; 24.13).
3.3. Esta parábola diz que
ainda há tempo de adquirir azeite
Hoje
é dia oportuno, a chamada está feita, a porta ainda está aberta, o vendedor é o
Senhor Jesus, Ele ainda oferece: “Vinde e comprai-o sem dinheiro e sem preço”
(Is 55.1). Depois que a porta da graça se fechar, não adiantará bater, chorar
ou espernear, esta é a única porta que não se abrirá mais. Portanto vigiai,
porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir (Mt
25.13).
Não compensa aceitar os “pratos” oferecidos pelo
mundo. Não podemos deixar prevalecer a vontade da carne, precisamos
mortificá-la. Esperar sem desvanecer é necessário, mesmo que alguns tenham a
volta de Cristo por tardia, mas o Senhor não tarda, Ele virá na hora certa (2Pe
3.9). Evitar as iguarias como Daniel propôs em seu coração é o papel do crente
que espera ansiosamente a vinda do seu Senhor (Dn 1.8). Não adianta ser crente
só de aparência ou de conveniência, há necessidade de buscar a santificação,
lavar as vestes no sangue do Cordeiro para eliminar o pecado e não deixar
faltar o óleo sobre a cabeça que é o símbolo do Espírito presente em cada
momento da vida cristã (Ec 9.8).
Conclusão
“Vigiai,
pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à
meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso,
não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai!” (Mc
13.35-37). “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao
ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27).
QUESTIONÁRIO
1. O
que as insensatas esqueceram?
R. De levar azeite suficiente para
esperar o noivo.
2. Qual o perigo de não se preparar o suficiente?
R: A porta das bodas se fechar na nossa frente.
3. Cite
três semelhanças das virgens entre si.
R: Todas eram virgens, todas tinham lâmpadas, todas estavam
esperando o noivo.
4. Qual
é a ênfase da parábola?
R: A vida de
integridade diante de Deus.
5. Qual
o prêmio dado às virgens prudentes?
R: O passaporte para a festa de casamento.